quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O primeiro computador

Conheça o primeiro computador do mundo
Projetado para calcular rotas estratégicas durante o ataque aos países do Eixo, durante a Segunda Guerra Mundial, o Integrador E Calculador Numérico Elétrico – ENIAC (sigla em inglês para Electrical Numerical Integrator and Calculator) completou em 2006, 60 anos de idade.
Apesar de seu projeto e construção terem sidos iniciados em 1943, sua conclusão e lançamento deram-se somente três anos mais tarde, mais precisamente em 14 de fevereiro de 1946. Com cerca de 30 toneladas, 5,5 metros de altura, 25 metros de comprimento, 70 mil resistores e, aproximadamente 18 mil válvulas a vácuo, o gigante ocupava 180 metros quadrados, a área de um ginásio esportivo.
Apesar de seu tamanho e robustez, o ENIAC nada mais era do que uma grande calculadora. Com seus 6 mil interruptores, era necessário uma equipe de 80 pessoas para operá-lo. Essas pessoas (geralmente mulheres), que davam ao ENIAC as instruções necessárias para este computar, eram chamadas COMPUTADORAS. Entretanto, anos mais tarde o termo passou a ser usado para designar a máquina, que efetuava os cálculos.
Voltando ao ENIAC, os cálculos que, manualmente chegavam a demorar 12 horas para obter-se um resultado, eram resolvidos em alucinantes 30 segundos pelo gigante de metal e resistores. Cada um de seus interruptores correspondia a uma informação para o cálculo, representados por ligado e desligado (1 e 0, respectivamente). Por esse motivo, os botões de Liga/Desliga de grande parte dos equipamentos apresentam o desenho de um círculo com um “risquinho” vertical.
Após dez anos de operação, o ENIAC foi desativado. Haviam surgido equipamentos com maior capacidade e menor tamanho e custo. Em 1955 um computador pesava “somente” 3 toneladas e consumiam 50 kwatts de potencia, contra 200 kwatts ferozmente consumidos pelo ENIAC.
Mesmo após tanto tempo depois de sua criação pelos professores John Mauchly, e J. Presper Eckert, o primeiro computador ainda é lembrado por muitos aficcionados por eletrônicos (principalmente computadores), e pode ser visto em diversos museus pelo mundo, como o Smithsonian em Washington D.C. e no local preciso onde foi construído, na Moore School for Electrical Engineering da Universidade da Pensilvânia.

Por Que O Computador Foi Inventado

Por séculos, os humanos precisaram de ajuda para fazer cálculos. Fazer transações comerciais, realizar um censo populacional ou calcular a distância entre duas estrelas exigem um grande número de cálculos. E se você quiser um resultado preciso, nenhum erro é permitido.
A primeira calculadora foram os dedos da mão humana. Quando era preciso contar quantidades maiores do que os dedos, eram usados vários objetos naturais como pedras e galhos.
O ábaco foi um dos muitos aparelhos de cálculos inventados para ajudar a contar números grandes.
Ábaco
Um ábaco chinês
Há uma diferença entre tábuas de cálculo e ábacos. A tábua de cálculo é um pedaço de madeira, pedra ou metal com entalhes esculpidos ou linhas pintadas. Contas, pedras ou discos de metal são deslocados entre as linhas ou entalhes para contar. O ábaco é um dispositivo de madeira ou plástico formado por uma moldura com hastes metálicas paralelas onde as contas deslizam livremente.
Tanto o ábaco como a tábua de cálculo são dispositivos mecânicos usados para calcular. Não são o que consideramos uma calculadora moderna. A pessoa que opera o ábaco faz cálculos de cabeça e o utiliza como um auxílio físico para acompanhar as somas. Alguns comerciantes ainda utilizam os ábacos atualmente para fazer seus cálculos nos mercados da Ásia, por exemplo.

Máquinas Mecânicas

Máquina calculadora
© Musée des arts et métiers/S. Pelly
Máquina calculadora inventada por Blaise Pascal em 1645.
No século XVII, as máquinas mecânicas foram inventadas para calcular. Mas essas máquinas não são muito práticas de usar.
Blaise Pascal inventou a primeira máquina calculadora. Beneficiado com a descoberta da teoria moderna das probabilidades, ele também descobriu as propriedades do ciclóide (ou roleta) e contribuiu para o avanço do cálculo diferencial. Como físico, suas tentativas fracassadas de desacreditar a noção de que 'a natureza abomina vácuo' levou à invenção do barômetro, da prensa hidráulica e da seringa. A unidade SI (Sistema Internacional de unidades) de pressão, Pascal, e uma linguagem de programação de computadores foram nomeadas em sua homenagem.
Blaise Pascal
Blaise Pascal (1623-1662), inventor da primeira máquina calculadora
Charles Babbage
Charles Babbage (26/12/1791 – 18/10/1871), matemático inglês, filósofo analítico e (proto-) cientista da computação, foi a primeira pessoa a apresentar a idéia de um computador programável.
Ada Lovelace
Ada Lovelace (10/12/1815 - 27/11/1852)

Um Computador Multiforme

Máquina Diferencial
Parte da Máquina Diferencial de Charles Babbage, montada depois de sua morte por seu filho, que utilizou peças encontradas em seu laboratório
Foi um cientista no século 19, Charles Babbage, que teve a idéia de uma máquina que poderia ser programada como um computador. Mas a máquina, chamada de Máquina Diferencial, era tão complexa que não foi possível para ele fabricá-la com as tecnologias mecânicas da época. Somente em 1991 ela foi finalmente construída como idealizava Babbage em seus planos! É claro que ela deixou de ser útil depois que uma calculadora muito mais potente foi inventada: o computador. Nenhuma das três máquinas de calcular projetadas por Babbage — as duas Máquinas Diferenciais e a Máquina Analítica — foram totalmente construídas durante sua vida.
Também conhecida como Lady Lovelancy, Augusta Ada King, Condessa de Lovelace, é considerada a primeira programadora de computadores. Ela escreveu uma descrição do primeiro computador multiuso de Babbage, a máquina analítica, que ele projetou depois da Máquina Diferencial.
Ao artigo, ela anexou uma série de anotações que especificavam com todos os detalhes um método de calcular números de Bernoulli com a Máquina. Essas anotações são reconhecidas pelos historiadores como o primeiro programa de computador do mundo. Ela também considerou que "a Máquina pode compor elaboradas e científicas peças musicais de qualquer grau de complexidade ou extensão." Parte da Máquina Diferencial de Charles Babbage, montada depois de sua morte por seu filho, que utilizou peças encontradas em seu laboratório.
Em 1991, estudando a partir dos planos originais de Babbage, o Museu de Ciências de Londres construiu uma Máquina Diferencial, que funcionou perfeitamente.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Vida digital

Montagem de André Luiz

Quem olha o território ocupado pela internet depara, em muitos bairros, com um cenário de terremoto e calamidade. Alguns dos edifícios empresariais vistosíssimos, levantados em tempo recorde, tornaram-se ruínas. Condomínios de negócios promissores têm hoje escombros por toda parte. Homens de idéias que eram admirados como os arautos de um novo mundo, em que a criatividade conta mais que o dinheiro, agora são olhados com desconfiança. Gente novata nos negócios, que era recebida com tapetes vermelhos e tapinhas nas costas por banqueiros, dá com o nariz na porta quando procura os barões do dinheiro. Parece um final triste e sem glória para uma revolução que começou a se desenhar em torno da rede mundial de computadores e que, para muitos, parecia capaz de produzir ouro do nada. Foi nisso que deu a internet?
Não, nem tudo veio abaixo depois da queda da Nasdaq, a bolsa de valores americana das empresas pontocom. Ao contrário. A internet está viva. E bem viva. Muita gente acredita que agora é que o jogo vai começar para valer. O que aconteceu nos últimos meses foi uma crise de crescimento, como a que experimentam os adolescentes. Entre março e maio, a Nasdaq emagreceu 2,4 trilhões de dólares, num tombo espetacular de 37%. Os tremores ainda não cessaram, e quem quiser vislumbrar a internet que surgirá dessa crise precisará entender o destino que uniu e levou ao chão tantos negócios coruscantes. O fato é que a locomotiva da revolução tecnológica não parou e a crise está longe de ser fatal. A rede está procurando seu rumo. Houve uma explosão de negócios na euforia inicial. Agora haverá uma depuração. Foi assim também nos primórdios da indústria automobilística. Nos idos dos anos 20 havia 300 montadoras recém-nascidas e ávidas por dominar o mercado nos Estados Unidos. Desde então, o setor cresceu milhares de vezes e o automóvel mudou a face do planeta, mas hoje só três grandes corporações dominam o mercado americano.
O que muda na vida de quem está diante do computador conectando seus sites preferidos? Muitos se machucaram, sites saíram do ar, mas os usuários talvez nem percebam o fato, porque a oferta de serviços é enorme. Mas não se deixe enganar. Você também faz parte desse enredo. Uma nova internet começa a se desenhar a partir dos escombros dos visionários e aventureiros da primeira onda. Anote algumas mudanças que vão ocorrer:
Cada vez mais se pagará por serviços na internet. Os acessos gratuitos à rede e ao conteúdo dos sites vão rarear.
Novas tecnologias, como o acesso à rede pelo celular, vão aumentar a presença da internet no dia-a-dia em coisas triviais, como comprar um refrigerante na máquina, pagar uma conta ou encontrar uma rota alternativa para fugir de um engarrafamento.
O aumento na velocidade do tráfego de dados na rede, proporcionado pela banda larga, vai tornar a internet mais próxima do que é hoje a televisão, deixando-a muito mais atraente.
Cada vez mais você vai deparar com as grandes e conhecidas empresas da velha economia quando adentrar o ciberespaço.
A internet veio para ficar, e disso ninguém duvida. Se existe algo realmente exuberante na nova economia é o crescimento da rede de computadores. Em 1996, havia aproximadamente 26 milhões de internautas no mundo. No ano seguinte, já eram mais que o dobro, 55 milhões. Hoje, são cerca de 240 milhões, e o número deverá chegar a 550 milhões em 2005. Poucas novidades tiveram crescimento tão espetacular em tão pouco tempo. O comércio eletrônico está em franca expansão. Neste ano o movimento global deve ficar próximo de 600 bilhões de dólares. Segundo o instituto americano de consultoria Forrester Research, em 2003 essas transações on-line deverão representar 7,5% do comércio global. Um relatório de outra empresa, a A.T. Kearney, vai mais longe e sugere que a cifra poderá atingir 30%, movimentando 2,3 trilhões de dólares. No Brasil, estima-se que as vendas on-line alcançarão 2,6 bilhões de dólares em três anos.



Antonio Milena
Muito mais do que www
Empresas como a Usaway mostram que existem outras formas de ganhar dinheiro sem idéias mirabolantes

O propulsor desse crescimento é o desejo das pessoas de usar um instrumento genial. O advento da internet pode ser comparado ao surgimento do papel, que se tornou um suporte para registrar o conhecimento humano e fazê-lo circular. Mas a internet é mais que isso. Ela é também um novo meio de comunicação. Tem o poder combinado (embora ainda não plenamente explorado) do jornal, da revista, do rádio e da TV. A rede pode ainda ser comparada a um sistema de transporte. A informação, que era transformada em objetos palpáveis como livros, discos, fotografias, filmes, foi reduzida ao formato digital e pode viajar pelo mundo na forma de sinais eletrônicos através de cabos e ondas. É essa ferramenta que deslumbra as pessoas e que, de tão poderosa, criou a idéia de uma economia que não precisava obedecer aos padrões de racionalidade das finanças e dos negócios. Não é à toa que o mundo se espantou com a exuberância da nova economia.

Os abalos da Nasdaq espalharam cacos e fumaça em volta. A maior livraria virtual do mundo, a Amazon.com, ainda está de pé. Mas é uma das torres que vêm sendo examinadas cuidadosamente pelos bombeiros e analistas de risco. Um estudo do banco Lehman Brothers revela que a livraria criada por Jeff Bezos acumula prejuízo de 1,2 bilhão de dólares e deve 2,1 bilhões na praça. Outro estudo, da Merrill Lynch, mostra que, em relação ao pico de preço que alcançaram nos últimos doze meses, as ações da Amazon caíram 71%. Os papéis da eToys tiveram o desabamento recorde: 95,1%.
Em volta desses edifícios virtuais cuja fachada foi trincada muitos prédios menores ruíram. A loja virtual inglesa Boo, especializada em roupas de grifes populares, torrou 135 milhões de dólares e foi à bancarrota. A americana Toysmart fracassou estrondosamente como vendedora de brinquedos pela rede, apesar de ter, na retaguarda, nada menos que a Disney. Foi fechada. A Violet, um badalado site de decoração, deixou em seu endereço www o primeiro epitáfio digital da história: "Estamos fechando, mas desejamos que você continue procurando produtos exclusivos e interessantes, que trazem inspiração a nosso dia-a-dia".
O que há em comum nos negócios dessas empresas pontocom?
Todas surgiram como produtos de idéias geniais e projetos puros da internet, sem uma marca sólida nem uma trajetória de sucesso no mundo real.
Investiram sem ter garantia de faturamento para bancar a gastança.
Contavam captar dinheiro no mercado, mas, quando este balançou, a fonte secou para elas.



Antonio Milena
iG de enigma
A grande expectativa do mercado é saber como o publicitário Nizan Guanaes vai transformar o maior provedor gratuito do país numa operação lucrativa

O resultado para os que cometeram essa lista de erros é que estão falidos ou correm sério risco de quebrar. Como acontece nas crises, o ânimo dos investidores foi da euforia desbragada à cautela exagerada. Esse passou a ser o tom na bolsa de valores. Até o começo do ano, era relativamente fácil, para o pessoal do ramo, vender ações de empresas novas de internet na Nasdaq e, assim, levantar recursos para financiar os projetos mais diversos. No jargão do mercado, fazer uma IPO (sigla de oferta pública inicial de ações, em inglês) era a certeza de levantar um bom dinheiro. Os investidores também se animavam, porque comprar ações de empresas com o sufixo pontocom era como adquirir bilhetes premiados de loteria. Os papéis eram lançados num dia e rapidamente se valorizavam de maneira espantosa. Em 24 de janeiro, as ações do Neoforma.com, um portal de saúde americano, estrearam no pregão eletrônico e terminaram o dia com uma valorização de 303%.

Exemplos como o do Neoforma alucinavam os investidores e ensejavam também a ação dos espertalhões. A Securities and Exchange Commission, responsável por fiscalizar as bolsas nos Estados Unidos, investiga um fato envolvendo a empresa eConnect que ilustra o poder de propagação da euforia. Seus papéis saltaram de 1,5 dólar para 16,5 dólares em 28 de fevereiro, graças a alguns comunicados da companhia sobre negócios que estava entabulando. A companhia, que tinha fechado o ano anterior com prejuízo de mais de 20 milhões de dólares e faturamento ridículo de 40.000 dólares, passou a valer, num toque de mágica, mais de 2 bilhões de dólares na bolsa. Na semana seguinte, estava quebrada.
Depois da tormenta nos índices da Nasdaq, em abril e maio, os humores mudaram. O dinheiro fácil secou e os investidores ficaram difíceis de fisgar. Até o poderoso jornal americano The New York Times cancelou a IPO de sua empresa pontocom. "O crash atingiu igualmente os pequenos e os grandes", diz o analista Gordon Hodge, do banco de investimentos Thomas Weisel. No começo de agosto, a America Online Latin America, com todo o peso que sua marca lhe confere como a maior provedora de acesso do mundo, dona de 23 milhões de assinantes, fez sua oferta pública de ações. Conseguiu arrecadar cerca de 200 milhões de dólares, mas ela própria teve de ficar com um terço dos papéis. O plano original era levantar 600 milhões de dólares. Ou seja, o mercado arisco obrigou-a a se contentar com menos.



Daniela Picoral
Dois coelhos
Odecio Gregio conta como o Bradesco quer fazer da internet uma fonte de lucro para os negócios tradicionais do banco

O dinheiro para financiar projetos ainda existe, e muito. Mas o clima é de cautela e observação. Um estudo da National Venture Capital, uma associação mundial dos fundos que investem na rede, mostra que empresas de internet recém-nascidas receberam, no mundo todo, quase 25 bilhões de dólares no segundo trimestre deste ano – portanto, depois do crash na Nasdaq. Isso é metade da verba liberada em todo o ano passado. O que mudou foi o critério na distribuição da grana. Requisitos como experiência do empreendedor e realismo na projeção dos ganhos passaram a ser muito valorizados pelos investidores. "O projeto precisa gerar receitas rapidamente, ter parceiros sólidos e um time qualificado", diz Artur Ribeiro Neto, da Votorantim Venture Capital, que tem 300 milhões de dólares para investir na rede.

No Brasil, a internet enfrenta outros obstáculos, além do efeito Nasdaq. Um deles é que a rede não cresce na velocidade que as empresas gostariam. A internet requer um computador e uma linha telefônica, coisas que se tornaram muito mais baratas nos últimos anos mas ainda estão fora do alcance da grande massa da população. Segundo pesquisa do Ibope, o universo de internautas no Brasil sofreu uma freada brusca. Havia crescido 32% de dezembro a fevereiro e não avançou mais do que 4% entre fevereiro e maio. Hoje, o número de brasileiros conectados está próximo dos 5 milhões. É um público considerável, porém não suficiente para manter a profusão de sites que se vêem por aqui. Muitos tentam tirar o sustento da intermediação de vendas on-line, mas o movimento das vendas ainda é tímido. Apenas um em cada dez internautas faz compras virtuais no Brasil. Outra fonte de renda é a propaganda. Aqui também não dá para deitar, muito menos rolar. A receita com publicidade on-line, que deve fechar em 72 milhões de dólares neste ano, segundo a Jupiter Communications, não basta para sustentar todo mundo. "A internet é uma fatia pequena no orçamento de propaganda das grandes empresas", diz a vice-presidente de mídia da agência Salles D'Arcy, Maria Lúcia Cucci.
Os grandes portais de acesso e conteúdo sofrem com essa combinação perversa de circunstâncias. Gerar conteúdo custa caro. Garantir que a conexão não seja um martírio para o internauta, também. "Uma situação ideal seria obter metade da receita com propaganda e comércio e a outra metade com mensalidades dos assinantes", diz Caio Túlio Costa, diretor-geral do Universo Online (UOL), a mais importante operação de internet no Brasil, com 700.000 assinantes. Outro fator que mudou o cenário da internet brasileira nos últimos meses foi o surgimento dos provedores de acesso gratuito. Para não perder assinantes, os provedores pagos tiveram de investir pesado, criando novas páginas e serviços. No caso do UOL, a reação funcionou. "Nossa carteira tem crescido 8% ao mês", diz Caio Túlio.
O fato de terem bagunçado a vida dos portais pagos não significa que as empresas de acesso gratuito estejam num mar de rosas. Muito pelo contrário. Elas são hoje a grande incógnita da internet. "O modelo grátis não se sustenta sem uma idéia clara de geração de negócios rentáveis", diz Bruno Laskowsky, consultor da A.T. Kearney. "Quem o adotou deu uma valiosa contribuição para popularizar a internet, mas pode ter feito um péssimo negócio para si próprio", diz Mordejai Goldenberg, da Eccelera, empresa do grupo Cisneros que investe em projetos de internet na América Latina.
O iG, portal que adotou o nome de Internet Grátis e lançou a moda do acesso gratuito, acredita que pode remar contra essas previsões. Gasta 20 milhões de dólares por ano para abastecer o site de conteúdo, consome o dobro disso em tecnologia e não cobra um centavo das pessoas que o acessam. Como esse bicho irá sobreviver? Os curiosos começarão a ser saciados em setembro, quando a empresa comandada pelo publicitário Nizan Guanaes coloca em campo um pacote de novidades. O portal, que tem o "grátis" até no nome, vai cobrar pelo conteúdo que desenvolveu para celulares wap. "O serviço gratuito só vale no acesso pelo computador", explica Nizan. "Funcionou para criar uma base grande de visitantes e uma marca forte, mas somos uma empresa como qualquer outra, e chegou a hora de ganhar dinheiro." O chefão do iG acredita que a companhia começará a dar lucro em 2002 e que tem caixa para sustentá-la até o final do próximo ano.
A vida na nova internet promete ser dura para os pequenos e médios sites. Até o final do ano, o Brasil terá 400.000 endereços virtuais (um para cada doze internautas), a maioria com ambição de se tornar um negócio na rede. Há endereços para mulheres, vestibulandos, jogadores, noivas, pessoas à cata de namoro e todo tipo de público que se possa imaginar. "O Brasil ainda tem um mercado de poucos internautas e menos consumidores ainda", diz Daniel Domeneghetti, da eConsulting. "Não há espaço para tantos empreendimentos." Além de encarar uma concorrência selvagem, os projetos digitais precisam lutar contra as próprias deficiências. Muitos copiam modelos americanos sem adaptá-los ao mercado local e sem olhar quantos tiveram a mesma idéia. O país tem dezenove sites de leilões para consumidores pouco habituados aos pregões. Lojas de venda de CDs são quase sessenta, boa parte inspirada na americana CDNow, outra candidata a uma cova no cemitério digital. Embalados pela perspectiva de riqueza fácil e pelo eterno sonho de ser dono do próprio negócio, empreendedores consumiram economias, largaram o emprego, gastaram o fundo de garantia e assumiram compromissos pesados para embarcar no mundo digital. Para muitos deles, tudo não terá passado de uma miragem.
A lei de mercado, que parecia ter sido abolida na nova economia, agora soa como bronze. Quem a desobedeceu pagou por isso. No Brasil, vários negócios foram punidos. O site Bem Casado (www.bemcasado.com.br) demitiu a equipe e procura um comprador. O Namorados (www.namorados.com.br) e o Zoyd (www.zoyd.com.br) juntaram os trapos para tentar conseguir alguma audiência entre os jovens e dar um jeito de ganhar dinheiro com isso. Esse ensaio de enxugamento tem tudo para, em pouco tempo, virar um processo cruel de seleção natural. Os primeiros empreendimentos que acusaram o golpe podem até dar a volta por cima. Mas é certo que haverá vítimas fatais.
Enquanto milhares e milhares de pequenos sites enfrentam dificuldades, já existe um tipo de negócio digital fadado ao sucesso. São os chamados portais B2B (business to business, ou comércio entre empresas). "É o filé do comércio eletrônico", diz Peter Mintzberg, da incubadora BtoBen. Sites bem azeitados, com grandes empresas na lista dos compradores ou vendedores, têm enormes chances de dar certo. O exemplo mais forte é o das montadoras de automóveis, que estão criando estruturas bilionárias para se relacionar com seus fornecedores. No Brasil, grandes empresas como Bradesco, Votorantim, Grendene, Tigre e Atacado Martins anunciaram projetos de B2B nas últimas semanas. "Quem previa o embate da velha contra a nova economia caiu do cavalo", afirma Odecio Gregio, um dos principais executivos do Bradesco. Junto com a Votorantim e dois grandes grupos mexicanos, o Bradesco criou o LatiNexus (www.latinexus.com), que pretende ser o principal portal de comércio entre empresas da América Latina.
Quem seguiu os mandamentos da velha economia tem menos probabilidade de errar. O paulista Paulo Chacur, por exemplo, entrou de sola no comércio eletrônico. Sua empresa, a Usaway, monta as lojas para os clientes. Por trás de cada uma delas, porém, está o próprio fabricante dos produtos. Ele ganha pela montagem, administração e leva uma comissão sobre as vendas. Nada muito criativo, mas ele entra no ar ganhando dinheiro desde o primeiro dia. Diferentemente daqueles que tentaram traduzir para a economia a máxima libertária do cinema novo brasileiro – uma idéia na cabeça e uma câmara na mão. Para se dar bem no mercado, não basta uma idéia e um site. É preciso ser do ramo.

As pricipais empresas de informatica

Quem são, onde atuam e quanto faturaram em 2004 as maiores empresas de informática do país, e quais suas estratégias e perspectivas? Para responder a essas questões, o IDG Brasil realizou o estudo “100 Maiores Informática”, cujos resultados foram anunciados nessa quinta-feira, 1º de setembro, no Bar des Arts, em São Paulo. O levantamento – o mais completo desse setor – aconteceu nos meses de julho e agosto e incluiu, além dos segmentos de hardware e software, também o canal de distribuição, oferecendo um amplo painel sobre os principais players que atuam no setor.
Os 100 maiores pesquisados faturaram 24, 2 bilhões de reais no ano passado, representando um crescimento real de 17% em relação a 2003. Em dólar, o crescimento foi de 25%. O segmento de hardware continua respondendo pela maior fatia do faturamento do setor de informática, com 17,7 bilhões de reais, enquanto as empresas de software faturaram 4,4 bilhões de reais e as de distribuição, 2,1 bilhões de reais. “As empresas que compõem o estudo representam apenas a ponta de um iceberg formado por milhares de empresas. Com os resultados contidos nesta edição é possível imaginar a riqueza escondida a olho nu, mas que é sentida dentro das companhias brasileiras, cada vez mais competitivas no cenário mundial”, comenta Murilo Martino, editor executivo da unidade de projetos especiais e da revista CIO, do IDG Brasil.
Os três grandes mercados avaliados - hardware, software e canal de distribuição - foram subdivididos em vários segmentos, num total de 32 categorias. Em um trabalho criterioso, foram analisadas informações como balanços financeiros, evolução histórica, estratégia de atuação comercial e desempenho nos últimos anos, fornecidas por cerca de 180 empresas, assim como dados disponíveis na mídia e junto a consultores e analistas de mercado. Para definir os destaques em cada uma das categorias, o crescimento de faturamento teve o maior peso (55%), seguido da participação de mercado (35%).
O estudo “100 Maiores Informática” pode ser adquirido pela internet, no endereço, http://banca.idg.com.br, por R$ 60.
Conheça, a seguir, a relação das empresas vencedoras do estudo “100 Maiores de Informática”
Servidores até 2 processadores
Maior – IBM
Destaque – IBM
Servidores com mais de 2 processadores
Maior – IBM
Destaque – IBM
Banco de Dados
Maior – IBM
Destaque – Consist
Automação Comercial
Maior – IBM
Destaque – Itautec
Desktop
Maior – HP
Destaque – Itautec
Business Intelligence
Maior – MicroStrategy
Destaque – Consist
Gestão Empresarial High End
Maior – SAP
Destaque – Consist
CRM
Maior – Avaya
Destaque – Consist
RH
Maior – Consist
Destaque – Consist
Impressoras
Maior – HP
Destaque – HP
Servidores Risc
Maior – Sun
Destaque – HP
Gestão Empresarial Low End
Maior – Microsiga
Destaque – Microsiga
Handheld
Maior – Symbol
Destaque – HP
Segurança Desktop
Maior – Symantec
Destaque – Symantec
Segurança Servidor
Maior – CA
Destaque – Symantec
Notebook
Maior – Semp Toshiba
Destaque – Semp Toshiba
Projetores
Maior – Sony
Destaque – Infocus
Sistema de Energia
Maior – SMS
Destaque – SMS
Automação Bancária
Maior – Diebold Procomp
Destaque – Diebold Procomp
Canal de Distribuição – Hardware
Maior – Ingram Micro
Destaque – Ingram Micro
Canal de Distribuição – Software
Maior – Ingram Micro
Destaque – Ingram Micro
Gerenciamento de Armazenamento
Maior – EMC
Destaque – EMC
Roteadores
Maior – Cisco
Destaque – Cisco
Swtiches
Maior – Cisco
Destaque – Enterasys
Wireless Lan
Maior – Cisco
Destaque – Symbol
VoIP
Maior – Cisco
Destaque – Cisco
Gerenciamento de Sistemas
Maior – CSC Brasil
Destaque – DTS
Desenvolvimento
Maior – CA
Destaque – DTS
Gestão Empresarial Midware
Maior – Datasul
Destaque – Oracle
Monitores
Maior – Samsung
Destaque – LG
Sistemas de Armazenamento
Maior – Samsung
Destaque – Samsung
Gerenciamento de Redes
Maior – CA
Destaque - BMC

A linha do tempo do computador

A partir de 1975, dizemos que os computadores entraram na sua quarta geração (e estão até hoje). Encontram-se nesta geração os que caracterizam-se por circuitos integrados em longa escala, LSI ( produzidos pela Intel ).

1975

Em fevereiro, Bill Gates e Paul Allen desenvolvem a versão mais aperfeiçoada da linguagem Basic (criada em 1963, no Darthmouth College) para microcomputadores, o Visual Basic. As linguagens anteriores eram adequadas aos grandes e médios computadores. Em abril, a dupla funda a Microsoft, que se torna a maior e mais importante companhia de software do mundo.

- A primeira rede comercial foi implantada, que era equivalente à ARPANET.
- Foi anunciado o Altair 8800, baseado em um microprocessador da Intel 8080.
- Lee Felsentein inventou o VDM (módulo de indicador visual).
- Foi lançado o Tandem-16, o primeiro computador para transação on-line de processos.

1976

- Steve Wozniak e Steve Jobs terminam o projeto do micro Apple I, o primeiro microcomputador feito para ser vendido em grande escala, e fundam a Apple Computer Company.
- The Cray I notabilizou-se como o primeiro processador vetorial comercial.
- Gary Kildall desenvolveu o CP/M, um sistema operacional para computadores pessoais.

1977

- Surge o Commodore PET (Personal Eletronic Transactor), um dos primeiros computadores pessoais que foi lançado no ano.
- O Apple II apresenta características inovadoras: circuito impresso em sua placa-mãe, fonte de alimentação, teclado e cartuchos para jogos.
- Aparece mais um computador pessoal, o Tandy Radio Shack's (TRS-80), que vende no primeiro ano mais de 10 mil unidades.
- O governo dos EUA adota o padrão de encriptografia de dados da IBM (chave para destravar mensagens codificadas, que servem para proteger os dados confidenciais dentro de suas agências).

1978

- O VAX 11/780, da Digital Equipment Corporation, caracterizou-se por ser uma máquina capaz de processar até 4.3 gigabytes de memória virtual, provando ser o mais rápido dos minicomputadores da época.
- O disco flexível de 5 ¼" transformou-se na medida padrão de software para computadores pessoais, logo após que a Apple e o Tandy Radio Shack's adaptaram seus softwares para este formato.

1979

- A Motorola inventa um microprocessador, o 68000, que se mostra mais veloz que os concorrentes.
- Daniel Bricklin e Robert Frankston, programadores da Universidade Harvard, desenvolvem um programa que transforma os computadores comerciais em pessoais, o Visicalc.

1980

- O primeiro Hard Disk Drive para microcomputadores é capaz de armazenar cinco megabytes de dados. Foi produzido pela Seagate Technology.
- A Phillips desenvolve o primeiro disco óptico de armazenamento de dados. Tinha uma capacidade sessenta vezes maior que o disco de 5 ¼".
- Um computador habilitado com alto desempenho na busca de informações é inventado por John Shoch, da Xerox.

1981

- A IBM lança o PC-5150, o antecessor de todos os micros existentes. Tinha 64 Kbytes de memória e velocidade de 4,77 megahertz. O MS-DOS foi o software utilizado pelo PC-5150, o que proporcionou uma aliança entre a IBM e a Microsoft
- O primeiro computador portátil é lançado, o Osborne I.
- A primeira estação de trabalho, a DN100, foi desenvolvida pela Apollo Computer. Sua capacidade era superior a muitos micros de preço equivalente.

1982

- O lotus 123 é desenvolvido por Mitch Kapor para o PC da IBM.
- O filme "Tron", da Disney, fez com que a utilização dos gráficos gerados por computadores em filmes sofresse um aumento.

1983

- A Apple desenvolve o primeiro computador pessoal com interface gráfica.
- A Compac lança seu primeiro PC com software da IBM.
- O Windows e o Word são apresentados pela Microsoft.
- O MIDI (Musical Instrument Digital Interface) foi introduzido na North American Music Manufactures em L.A.

1984

- A Apple lança o Macintosh, o primeiro computador com mouse e interface gráfica. A utilização do disquete de 3 ½" cresceu devido à sua utilização no Macintosh.
- A IBM lança o PC-AT, mais rápido que o original, tornou-se um grande sucesso por seu ótimo desempenho e grande capacidade de armazenamento.
- Willian Gigson inventa o termo Ciberespaço, no livro Neuromancer.

1985

- A Microsoft lança uma versão do Windows e do Word que rodam em computadores Macintosh.
- A Internet ganha força com a ligação de cinco grandes computadores de universidades americanas com o NFSNET.
- O mercado de CDs de música aumenta com a alta capacidade de armazenamento de CD-ROMs.
- A linguagem de programação C++ surge e domina a indústria de computação.

1986

- O estudo sobre a Inteligência Artificial é impulsionado quando Daniel Hillis desenvolve o conceito de conexões paralelas.

1987

- A IBM lança o PS/2 fabricado com drives de 3 1/2”.
- Willian Alkinson projeta o Hypercard (software que simplifica o uso do computador em aplicações domésticas)
- O microprocessador 68030 da Motorola é desenvolvido.

1988

- A companhia NeXT é fundada por Steve Jobs, que foi o co-fundador da Apple.
- Tin Toy, da Pixar, ganha o Oscar de melhor desenho animado em curta metragem utilizando os recursos de animação de computadores.

1989

- A Intel e a Motorola lançam novos processadores com mais de um milhão de transistor
- O jogo SimCity é lançado. Ele utiliza diversos dispositivos de simulação.
- Realidade Virtual foi o tema da convenção de Siggraph´s.

1990

- Há uma atualização do Windows. O Windows 3.0, que foi lançado em 22 de maio, é compatível com o DOS.
- Nasce a World Wide Web do desenvolvimento do HTML.

1991

- Uma aliança entre a Apple, a IBM e a Motorola produz o Power PC.

1992

- A versão 3.1 do Windows chega às lojas.
- O candidato à vice-presidência dos EUA, Al Gore lidera um projeto para permitir a entrada de qualquer cidadão à Internet.

1993

- O Pentium, da Intel, é lançado. Tem 3,1 milhões de transistor, memória de 4 gigabytes e velocidade de 66 megahertz.
- O PC 486 da IBM incorpora o Windows 3.1.

1994

- O Netscape Communications é fundado e o primeiro browser torna-se disponível, criando um crescimento de surfistas na Web.

1995

- "Toy Story" é o primeiro longa feito totalmente com animação de computador.
- O Windows 95 é lançado.
- A linguagem Java é descoberta.
- a Netscape amplia suas conexões na Internet.

1996

- O Pentium Pro é lançado.

1997

- O Netscape Navigator 2.0 é o primeiro browser com suporte para o Java Script.
- Um computador de IBM, o Deep Blue, ganha do campeão mundial de xadrez Gary Kasparov.

1998

- É lançado o Pentium II.
- A versão do Windows 98 chega às lojas.

1999

- O Linux é lançado pelo finlandês Linus Torevald.

2000

- A Intel lança uma quantidade limitada de Pentium III. É apresentado o Windows 2.000
- É apresentado o Windows Millenium

2001

- O Linux Kernel é lançado.
- O Pentium 4 é apresentado

2002

- É apresentado o Windows XP

2006

- O Pentium Duo Core é Apresentado
- O Windows Vista é apresentado em versões de teste.


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Como surgiu?

Por volta de 1617, o matemático John Napier inventou uma máquina construída com cilindros de ossos, que permitia a realização de multiplicações, divisões e raízes simples, que ficaria conhecida como os “Ossos de Napier”.   Com a invenção dos logaritmos por J.Napier, construí-se a primeira régua de cálculo.
   Blaise Pascal (1623-1662), geômetra francês, escritor, filósofo e cientista, após dois anos de trabalho, inventou, em 1642, uma máquina calculadora para ajudar o próprio pai nos cálculos dos impostos.   A Pascalina (assim chamada) funcionava praticamente como um moderno adâmetro ou um medidor de luz, executando adições e subtrações e permitindo o transporte de números. Assim como aconteceu com o ábaco, a máquina de Pascal foi submetida a uma série de aperfeiçoamentos por diversos matemáticos da época.
Gottfried Von Leibnitz, (1646-1716), filósofo e matemático alemão, a quem se se deve o conceito mônada (= substância simples ativa, indivisível do que todos os corpos são feitos), e um dos fundadores do cálculo infinitesimal, aperfeiçoou a idéia de Pascal, construindo em 1671, uma máquina calculadora que executava multiplicações e divisões.   Com a invenção do lápis, da caneta e das réguas de cálculo, surgiu uma infinidade de meios de registrar, calcular e processar dados.
Mas uma idéia revolucionária, que, bem mais tarde, levaria à invenção do programa, surgiu com a era industrial.   Em 1804, Joseph Marie Jacquard inventou o tear automático Jacquard, as primeiras fichas perfuradas, por cujos orifícios passava a corrente elétrica para o trabalho de computar.
Em 1822, o inglês Charles Babbage (1792-1871) realizou um protótipo de máquina diferencial para construir as tábuas logarítmicas.  
Isto convenceu as autoridades britânicas a encorajar e subvencionar as suas pesquisas, visando à construção de uma máquina capaz de executar cálculos mais complexos.   Babbage, ajudado pela sua companheira, trabalhou anos a fio e evenenou sua existência no projeto e realização da máquina analítica (com memória e capacidade de programação, embora totalmente por processos mecânicos) que, mesmo impecável como projeto, nunca chegou a funcionar devido às limitações objetivas da tecnologia de então.
A máquina analítica de Babbage, mesmo tendo sido um sonho irrealizado, é considerada o primeiro computador da história, porque a sua programação devia ser feita por fichas perfuradas para cálculos sempre diferentes e tinha uma memória, se bem que limitada.
Mais ou menos na mesma época, estabeleceram-se os fundamentos de álgebra binária, base da informática.   A elaboração da álgebra binária deve-se ao inglês George Boole (1815-1864).
As necessidades reais de processamento de grandes volumes de dados que conduzem ao surgimento dos principais dispositivos de cálculo aritmético.   Em 1880, nos EUA, o recenseamento da população foi elaborado por processos manuais, pelo que demorou sete anos e meio a ser divulgado o resultado, Herman Hollerith, funcionário do departamento de recenseamento, teve a idéia de conceber uma máquina que, através de processos electromecânicos, tratasse um conjunto de cartões perfurados onde seriam registrados os dados.   Assim, no recenseamento de 1890, a máquina de Hollerith permitiu resultados em cerca de três anos.
O sucesso desta invenção foi tal que Holletith criou uma companhia para a produção em série do seu invento, a Tabulating Machine Company que, mais tarde, associando-se a outras empresas deu origem à Internacional Business Machines Corporation (IBM).
A invenção da válvula termoiônica e dos primeiros sistemas de memorização magnética, nas primeiras décadas do nosso século, prepararam o terreno para o nascimento do verdadeiro calculador.
Em 1935, A IBM construiu a primeira máquina de escrever elétrica, cujos componentes possibilitaram o desenvolvimento de enorme variedade de equipamentos para escritório.
Apesar de ser um dos maiores contra-sensos da humanidade, as guerras têm sido uma espécie de dínamo tecnológico:   novidades que demorariam anos para surgir em tempos de paz acabam sendo antecipadas pela urgência da vitória (ou o pavor da derrota).   Foi durante a Segunda Guerra Mundial (1938-1945) que a ciência da computação deu seu salto definitivo.